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Portugueses recebem nova ordem de despejo no Luxemburgo

10-08-2014 23:47

Os portugueses que vivem no Foyer de Mühlenbach, uma residência social no Luxemburgo para imigrantes com dificuldades económicas, estão a receber novas cartas de despejo para deixarem o local até fevereiro de 2014, apesar das negociações entre as partes.

"Parece-nos pouco normal e incoerente que depois de o Governo ter alargado o prazo em seis meses para os primeiros que receberam as cartas [de despejo], venham agora insistir no mesmo prazo de três meses", disse à Lusa Sérgio Ferreira, porta-voz da Associação de Apoio aos Trabalhadores Imigrantes (ASTI), que tem estado a apoiar o grupo de portugueses desde que surgiram as primeiras ordens de despejo, no início deste mês.

O porta-voz criticou também o facto de o despejo voltar a acontecer "em pleno Inverno", o que já tinha levado a associação a denunciar o despejo de 15 portugueses a 2 de outubro. Nessa altura, a ASTI alertou também para o facto de o despejo incluir "pessoas que estão em situação vulnerável".

A nova carta de despejo enviada pelo Gabinete Luxembuguês de Acolhimento e Integração (OLAI), a que a Lusa teve acesso, data de 21 de outubro, uma semana depois de o governo luxemburguês ter decidido alargar para mais seis meses o prazo dado aos 15 portugueses notificados para sair do Foyer, inicialmente fixado até 1 de janeiro de 2014, propondo também realojar os casos com dificuldades económicas.

O alargamento do prazo para os portugueses saírem foi anunciado a 14 de outubro pelo Governo luxemburguês, na sequência dos protestos da ASTI e de o despejo ter sido questionado também pela eurodeputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias, que apresentou uma questão ao presidente da Comissão Europeia a 3 de outubro.

"É por isso que não compreendemos esta atitude", disse o porta-voz da ASTI, sublinhando que a associação vai discutir o novo despejo na próxima segunda-feira para decidir as medidas a tomar.